Um transplante de rosto devolveu a Andy Sandness a possibilidade de viver com normalidade. O americano, hoje com 31 anos, foi o primeiro paciente a passar por um procedimento do tipo na Clínica Mayo, em Rochester, Minnesota, um dos mais complexos da medicina moderna.
O caso teve início em 2006, quando Sandness, então com 21 anos, tentou tirar a própria vida com um tiro no rosto durante uma crise de depressão. O disparo destruiu parte da mandíbula e do nariz, deixando sequelas graves. “Quando você tem aparência que eu tinha e vive do modo que eu vivia, se agarra a qualquer gota de esperança”, disse o paciente, ao recordar a decisão de encarar o transplante.
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Após sobreviver, ele passou por uma série de cirurgias reconstrutivas com o cirurgião plástico Samir Mardini, especialista em reconstituição facial. A equipe utilizou ossos, músculos e pele do quadril e da perna para reconstruir a mandíbula, além de placas de titânio para fixar a estrutura do rosto. Apesar dos esforços, Andy enfrentou anos de isolamento e dificuldades para retomar a rotina.
Em 2012, Mardini anunciou o início de um programa de transplante facial na instituição e considerou Sandness um candidato ideal. O procedimento foi autorizado em 2016, após a família de um doador compatível aceitar a doação. O doador era Calen “Rudy” Ross, também de 21 anos, que havia morrido após um ferimento semelhante.
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Sua viúva, Lily Ross, grávida de oito meses na época, autorizou o uso do rosto do marido após refletir sobre a importância do gesto. A cirurgia durou 56 horas, sendo 24 para a retirada do tecido do doador e 32 para o transplante no paciente.
“Superou em muito minhas expectativas”, escreveu Sandness ao ver seu novo rosto pela primeira vez. Desde então, ele tem retomado aos poucos atividades cotidianas que antes pareciam impossíveis, como comer bife e pizza. “Essa era a cirurgia que me levaria a ter uma vida normal de novo”, afirmou.
Hoje, Andy leva uma vida tranquila, longe dos olhares curiosos e dos espelhos que antes evitava. Ele diz se sentir “apenas mais um rosto na multidão” e, para ele, isso é o suficiente.
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