Com apenas 65,5 centímetros e 5,8 quilos, Marina, de 3 anos, ainda veste roupas de bebê. A menina, que mora em São Paulo, foi diagnosticada com uma deleção parcial no cromossomo 13, uma condição genética rara que interfere no crescimento e afeta o desenvolvimento motor e cognitivo. A mãe, Daniella Duarte, de 37 anos, compartilha nas redes sociais a rotina e o progresso da filha, mostrando o quanto cada nova conquista é motivo de celebração.
O caminho até o diagnóstico foi longo e começou ainda na gestação. “Na primeira ultrassonografia, descobri que a Marina estava com uma translucência nucal aumentada”, contou a farmacêutica. O exame indicava um acúmulo anormal de líquido na nuca do feto, sinal que costuma levantar a suspeita de alterações cromossômicas, como a Síndrome de Down.
Para investigar, Daniella foi submetida a uma amniocentese, exame que analisa o líquido amniótico. “O resultado chegou um mês depois e sem alterações visíveis. Nesse momento, eu e meu marido ficamos aliviados, porém, recebemos uma notícia desanimadora: a Marina estava com restrição de crescimento intrauterino (RCIU)”, disse. A gestação seguiu sob alto risco, com duas ultrassonografias semanais para monitorar o desenvolvimento da bebê, que permaneceu abaixo do terceiro percentil de crescimento.
Com 37 semanas, os médicos decidiram realizar uma cesárea. “A Marina nasceu (de olhos abertos!) e levaram-na imediatamente para outra sala. Quando voltaram com ela, a equipe nos mostrou a Marina já dentro de uma incubadora”, lembrou Daniella. A bebê, que pesava 1320 gramas e media 36 centímetros, permaneceu internada por cinco meses e 20 dias na UTI neonatal.
Mesmo após receber alta, Marina continuava com dificuldades para ganhar peso. Uma nova investigação genética revelou o diagnóstico, deleção parcial do cromossomo 13, em que 58 genes estão ausentes. A condição, conhecida como Síndrome da Deleção do Cromossomo 13, faz parte do grupo das cromossomopatias estruturais.
++ Schynaider presta homenagem à filha um mês após sua morte
Segundo o geneticista Rodrigo Ambrosio Fock, “é como se deletasse algumas páginas de um livro. Sem essas informações, não é possível formar proteínas importantes e isso acaba levando às repercussões clínicas”. Ele explica que esse tipo de alteração só é identificado por exames detalhados, como o CGH-Array, que analisa o DNA com mais precisão do que o cariótipo convencional.
Hoje, Marina enfrenta desafios típicos da síndrome, como atraso motor e dificuldades respiratórias. “Ela ainda não fala e está começando a andar com 3 anos”, contou Daniella. A menina também respira com o auxílio de uma traqueostomia e se alimenta por sonda, devido à paralisia bilateral das cordas vocais.
A rotina inclui fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e acompanhamento com diversos especialistas, entre eles nutróloga, otorrinolaringologista e geneticista. Em casa, Daniella estimula a filha com brincadeiras, músicas e atividades para fortalecer a coordenação. “Ela adora música, então colocamos bastante música para ela! Eu a seguro de leve (porque a Marina ainda não consegue ficar totalmente sem apoio) e é tudo que ela precisa para começar a dançar!”, contou a mãe.
++ Homem contrai botulismo após consumir pimenta contaminada no DF
Após dois anos sem internações, Marina vem demonstrando avanços. Já reconhece sons e objetos, aprende coreografias simples, guarda os brinquedos e adora desenhar. “Ainda temos um longo caminho, mas com paciência vamos superando os desafios, um dia de cada vez”, disse Daniella.
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, no Twitter e também no Instagram para mais notícias do 111Next.