Uma sessão da Câmara Municipal de São Paulo nesta quarta-feira (29/10) foi marcada por intensos desentendimentos entre vereadores, após a proposta de um minuto de silêncio em memória das vítimas da megaoperação policial no Rio de Janeiro. A iniciativa, sugerida pela vereadora Luna Zarattini (PT), causou polêmica ao incluir os mortos durante a ação no Complexo da Penha, que resultou em 119 óbitos, entre eles quatro policiais.
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Logo após a sugestão, o vereador Lucas Pavanato (PL) se posicionou favorável ao gesto, mas apenas em homenagem aos policiais, que ele classificou como “as únicas vítimas”. O clima se acirrou ainda mais quando Rubinho Nunes (União) declarou que “Castro fez bem, matou foi pouco”, em referência ao governador Cláudio Castro (PL) e à condução da operação.
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Durante a discussão, o vereador Adrilles Jorge (União) correu até o microfone e começou a gritar, forçando a interrupção do áudio da sessão. O secretário João Jorge (MDB) tentou acalmar os ânimos propondo que o minuto de silêncio fosse dedicado tanto aos policiais quanto a possíveis civis inocentes mortos na ação.
O presidente da Câmara, Ricardo Teixeira (União), então colocou a proposta em votação. Durante esse momento, Rubinho Nunes voltou a se pronunciar, reforçando seu apoio à ação policial e afirmando que “quem aponta fuzil para a polícia é bandido” e que “a polícia matou e fez bem”.
A votação terminou com 18 vereadores a favor do minuto de silêncio, seis contrários e duas abstenções. Mesmo com o resultado, Nunes declarou que não respeitaria a decisão do plenário e continuaria protestando contra o que chamou de homenagem a criminosos.
A megaoperação no Rio, considerada a mais letal da história do estado, visava cumprir 51 mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho. O Complexo da Penha, alvo da ação, é visto pelo Ministério Público como um ponto estratégico para o tráfico de drogas e armas. Em resposta à ofensiva, criminosos chegaram a usar drones para lançar explosivos contra a polícia.

