Dâmaris Vitória Kremer da Rosa, de 26 anos, faleceu dois meses após ser libertada da prisão, onde permaneceu por seis anos mesmo sem provas conclusivas contra ela. Durante o período em que esteve presa no Rio Grande do Sul, Dâmaris foi diagnosticada com câncer no colo do útero, o qual evoluiu rapidamente e causou sua morte. O sepultamento ocorreu em Araranguá (SC), na última segunda-feira (27/10).
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A jovem foi detida em agosto de 2019 após o Ministério Público alegar que ela teria atraído Daniel Gomes Soveral até o local onde foi assassinado, em Salto do Jacuí. A defesa, no entanto, sustentou que Dâmaris havia apenas relatado ao namorado que teria sido vítima de estupro por parte de Daniel, o que teria motivado o homicídio cometido por ele.
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Mesmo com a ausência de provas diretas, os pedidos de revogação da prisão preventiva foram negados. Durante esse tempo, ela já apresentava sinais de saúde debilitada, como sangramento e dores abdominais. Apenas em março de 2025, com o agravamento do quadro clínico, a prisão foi convertida em domiciliar.
No julgamento realizado em agosto de 2025, Dâmaris foi absolvida por falta de provas, com base na negativa de autoria. Menos de dois meses depois, ela faleceu devido às complicações do câncer. A Justiça do RS informou que três pedidos de soltura foram avaliados, sendo o primeiro negado por todas as instâncias, e o segundo desconsiderado por falta de laudos médicos detalhados.
Após o diagnóstico de câncer, a Justiça autorizou a prisão domiciliar com monitoramento eletrônico. Em abril, Dâmaris iniciou tratamento oncológico no Hospital Ana Nery, sendo depois transferida para outra unidade hospitalar. Em abril, foi permitido que ela ficasse na casa da mãe em Santa Catarina e se deslocasse para consultas médicas.
A tragédia expõe falhas no sistema judicial, que manteve a jovem presa por anos sem provas concretas, mesmo diante de seu estado de saúde crítico. A absolvição tardia não foi suficiente para evitar um desfecho trágico.

