
Diferente do que se espera ao buscar um lar tranquilo, os crocodilos-americanos (Crocodylus acutus), espécie rara nativa da Flórida, decidiram habitar um local inusitado: a usina nuclear de Turkey Point. A instalação, que fornece energia para cerca de um milhão de pessoas no estado norte-americano, tornou-se um refúgio improvável para esses répteis ameaçados de extinção.
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Apesar da localização incomum, os crocodilos não correm riscos com radiação. Eles vivem nos canais de resfriamento da usina, onde a água não entra em contato com substâncias radioativas. Além disso, o local oferece alimentos, áreas para nidificação e ausência de interferência humana, criando um ambiente ideal para a espécie.
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Segundo o canal PBS Terra, os crocodilos começaram a ocupar a área cerca de uma década após a construção da usina, em 1960, quando os primeiros ninhos foram identificados nos canais de resfriamento. Desde então, a presença desses animais tem sido monitorada de perto por cientistas.
Hoje, restam apenas algumas centenas desses crocodilos no sul da Flórida, número bem inferior aos cerca de 3 mil registrados antes da década de 1970. A estrutura da usina acabou se tornando um ambiente favorável à conservação da espécie, funcionando como um santuário inesperado.
Jodie Gless Eldridge, diretora da Florida Power & Light Company (FPL), afirma que o objetivo inicial da construção da usina e seus canais não era criar um habitat para animais ameaçados. No entanto, ao perceberem a presença dos crocodilos, a equipe passou a estudar e preservar os répteis na área.
Pesquisadores realizam visitas regulares à usina para acompanhar o comportamento dos adultos e garantir o cuidado dos filhotes. A iniciativa reforça a importância da convivência entre tecnologia e preservação ambiental, mesmo em locais improváveis como uma usina nuclear.

