Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, foi detido pela Polícia Federal (PF) na manhã desta terça-feira (18/11), como parte das investigações de um elaborado esquema de fraudes no sistema financeiro nacional. A prisão ocorreu no âmbito da Operação Compliance Zero, que revelou práticas que contrariavam completamente as normas básicas de compliance.
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A investigação, realizada em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF), aponta que o grupo criminoso atuava por meio da emissão de títulos de crédito falsos, que eram negociados como se fossem legítimos. As fraudes chamaram a atenção do Banco Central (BC) em 2024, dando início às apurações que também levaram à prisão do banqueiro Augusto Lima.
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Segundo a PF, os títulos forjados simulavam direitos creditórios ou dívidas judiciais a serem pagas pelo governo, mas não possuíam qualquer respaldo documental ou valor real. Esses papéis “inexistentes” eram vendidos a outras instituições financeiras, incluindo o Banco de Brasília (BRB), que adquiriu parte dos créditos consignados.
Para tentar esconder o golpe, os investigados substituíam os títulos sem valor por outros ativos igualmente sem lastro ou avaliação técnica. Essa manobra reforçou a suspeita de que o esquema envolvia manipulação contábil intencional e coordenada.
Como consequência, o Banco Central rejeitou, em setembro de 2025, a proposta de compra de parte do Banco Master pelo BRB. A operação da PF foi deflagrada um dia após um consórcio de investidores dos Emirados Árabes Unidos, em parceria com o grupo Fictor, anunciar um investimento de R$ 3 bilhões no Banco Master.
A Operação Compliance Zero investiga crimes como gestão fraudulenta, gestão temerária e formação de organização criminosa. As autoridades alertam que as práticas colocaram em risco a estabilidade do sistema financeiro nacional.

