
Pele de tilápia tratada é utilizada como curativo inovador desenvolvido pela UFC. (Foto: Instagram)
Após quase dez anos de pesquisa, a pele de tilápia desenvolvida como curativo pela Universidade Federal do Ceará (UFC) está mais próxima de ser utilizada em larga escala em hospitais. No dia 10 de novembro, a instituição oficializou a cessão da patente do produto biológico para duas empresas, Biotec Solução Ambiental Indústria e Comércio Ltda. e Biotec Controle Ambiental Ltda., que agora vão conduzir a produção e os testes necessários para viabilizar o uso comercial do curativo.
++ Dormindo e lucrando: o truque de IA que virou renda passiva de gente comum
O curativo é feito a partir da pele da tilápia, que passa por um processo de esterilização e tratamento. Pesquisadores da UFC comprovaram que o material adere bem à pele lesionada, contribui para manter a umidade ideal e acelera o processo de cicatrização. Inicialmente testado em queimaduras, o curativo também está sendo avaliado para tratar outros tipos de feridas.
++ Autor de série Tremembé expõe ‘Real’ motivo de Suzane von Richthofen ter matado os pais
Os testes clínicos realizados até agora mostraram que a pele de tilápia tem desempenho comparável ao de curativos à base de prata, amplamente usados em hospitais. Em média, a cicatrização ocorreu em pouco mais de nove dias, e os pacientes relataram níveis de dor semelhantes aos observados com os métodos tradicionais.
Com a licença da patente, as empresas responsáveis deverão desenvolver o produto final, realizar novos testes de segurança e buscar a aprovação da Anvisa. A proposta inclui o lançamento de um kit comercial e o estudo de aplicações tanto para uso humano quanto veterinário.
Além de eficaz, a tecnologia é considerada sustentável e de baixo custo. A tilápia é um peixe largamente criado no Brasil, e sua pele, geralmente descartada, pode ser reaproveitada como biomaterial. Isso representa uma alternativa acessível para tratar feridas, especialmente em regiões com menos acesso a tecnologias médicas avançadas.
A nova etapa do projeto representa um avanço significativo para a ciência brasileira, com potencial de transformar a pele de tilápia em uma solução terapêutica de referência no país e no mundo.

