
Davi Alcolumbre sinaliza oposição em sessão no Senado (Foto: Instagram)
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), comunicou a colegas que votará contra a indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, pretende tornar pública sua posição com um discurso no plenário da Casa.
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A decisão de Alcolumbre foi tomada após o presidente Lula oficializar Messias como substituto de Luís Roberto Barroso no STF. Logo após o anúncio, Alcolumbre iniciou ligações para senadores e, em paralelo, divulgou nas redes sociais que colocará em votação uma proposta que pode gerar até R$ 200 bilhões em despesas ao governo, ao criar aposentadoria para agentes comunitários de saúde.
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A resistência de Alcolumbre não é isolada. Há uma ala no Supremo que acredita que Lula busca enfraquecer o grupo dominante na Corte, responsável por pautas mais políticas, e também reduzir a influência do Senado, especialmente de seu presidente.
A nomeação de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apadrinhado por Alcolumbre, garantiria a esse grupo o controle da agenda política do STF por décadas, já que ele poderia permanecer no cargo por até 26 anos.
A eventual entrada de Jorge Messias, por outro lado, fortaleceria o bloco formado por Cristiano Zanin, Kassio Nunes Marques e André Mendonça, alterando o equilíbrio atual na Corte.
Apesar de a escolha dos ministros do STF caber ao presidente da República, é o Senado quem tem a palavra final sobre a aprovação. Caso Messias seja rejeitado, será interpretado como uma derrota histórica para o governo. Até hoje, apenas Floriano Peixoto teve um nome recusado pelo Senado.
Diante da resistência, já circula nos bastidores a possibilidade de Lula recuar e indicar Bruno Dantas, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), que teria apoio tanto de senadores quanto de ministros do STF.

