
Tarcísio de Freitas participa de cerimônia simbólica de privatização da EMAE na B3, em São Paulo. (Foto: Instagram)
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), está envolvido em duas frentes de investigação relacionadas ao Banco Master. A primeira diz respeito a Fabiano Zettel, cunhado de Daniel Vorcaro, proprietário do banco. Zettel foi o principal doador individual da campanha de Tarcísio ao governo paulista, contribuindo com R$ 2 milhões. Além do vínculo familiar, ele é suspeito de participar de operações que teriam inflado artificialmente o patrimônio da instituição financeira.
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A segunda frente gira em torno da privatização da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), responsável por controlar o nível de água do Rio Pinheiros e das represas Guarapiranga e Billings. A venda da estatal foi concluída no segundo ano de mandato de Tarcísio, em um evento com foto oficial e martelo simbólico, reforçando a imagem privatista de sua gestão.
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O Fundo Phoenix FIP adquiriu a Emae por R$ 1,04 bilhão, tendo como um dos investidores o empresário Nelson Tanure. Após a privatização, a Emae aplicou R$ 160 milhões em CDBs do Letsbank, que pertence ao mesmo grupo do Banco Master. Esse montante representa cerca de 5,88% dos ativos da empresa, conforme informou a própria Emae.
A ligação entre os envolvidos só veio à tona após a Polícia Federal deflagrar a Operação Compliance Zero, que resultou na prisão de Daniel Vorcaro e de Augusto Lima, ex-CEO do banco. A operação revelou as conexões entre os recursos aplicados e os interesses privados em torno da venda da estatal.
Com o aumento das críticas, Tarcísio tenta conter os danos à sua imagem e à credibilidade de seu governo, que tem como bandeira a eficiência administrativa e o avanço das privatizações. A repercussão do caso ameaça justamente a área em que o governador mais investiu politicamente.
Em nota ao Metrópoles, a Emae afirmou que os investimentos em CDBs vinculados ao Banco Master não comprometem suas operações e que a empresa mantém caixa suficiente para cumprir suas obrigações e continuar suas atividades normalmente.

