Superlotação e condições precárias em ala de idosos do CIR, na Papuda. (Foto: Instagram)
Caso o Supremo Tribunal Federal (STF) confirme a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, ele poderá ser transferido para uma unidade prisional com graves problemas de superlotação e infraestrutura. Um relatório da Defensoria Pública do Distrito Federal, elaborado após vistoria no Centro de Internamento e Reeducação (CIR) da Papuda, revela que o bloco destinado a idosos e pessoas com problemas de saúde abriga 340 detentos em um espaço projetado para apenas 177.
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O relatório, assinado pelo defensor público Felipe Zucchini Coracini, aponta que, no Bloco 5 da ala A — onde Bolsonaro poderia ser alocado por ter 70 anos e problemas de saúde —, há até 38 presos para apenas 21 camas, forçando muitos a dormir no chão, em colchões finos e desconfortáveis. Além disso, os detentos relataram problemas na alimentação, falta de produtos de higiene e demora no atendimento médico.
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A ventilação nas celas também é insuficiente, agravando o calor e o desconforto devido ao número excessivo de presos em espaços pequenos. A Defensoria destaca que a unidade sofre de superlotação estrutural e funcional, com um fluxo de entrada de novos detentos muito acima da capacidade, o que gera um aumento constante da população carcerária.
Atualmente, Bolsonaro está detido em uma sala especial na Superintendência da Polícia Federal, mas, caso sua condenação seja confirmada, ele terá de deixar o local. A legislação permite esse tipo de acomodação apenas a réus sem condenação definitiva.
Embora exista a possibilidade de Bolsonaro ser enviado ao CIR, fontes indicam que ele deve ser transferido para o 19º Batalhão da Polícia Militar do DF, conhecido como “Papudinha”. O ministro Alexandre de Moraes já teria optado por essa unidade como destino para a custódia do ex-presidente. A decisão final, no entanto, ainda dependerá do STF.
