
Jorge Messias ajusta os óculos durante pronunciamento, em meio às articulações por vaga no STF. (Foto: Instagram)
Apesar de alguns líderes do Centrão terem sinalizado apoio à indicação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal (STF), há um sentimento de desconfiança entre parlamentares do grupo. Deputados e senadores temem que a escolha do presidente Lula fortaleça a ala da Corte que, segundo eles, atua para dificultar o repasse das emendas parlamentares.
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A preocupação ganhou força após a entrada de Flávio Dino no STF. Desde que assumiu a relatoria de ações envolvendo o orçamento secreto e a obrigatoriedade de certas emendas, Dino tem sido visto como um obstáculo à autonomia do Congresso em relação ao orçamento.
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O Centrão teme que uma maioria governista no STF enfraqueça o poder do Legislativo. Um exemplo citado é o caso do decreto de Lula que aumentou a alíquota do IOF: mesmo após o Congresso derrubar a medida, o Supremo deu vitória ao governo, anulando a decisão dos parlamentares.
A situação de Messias no Senado é vista como delicada. Ele já iniciou as tradicionais visitas aos senadores, mas enfrenta resistência, especialmente do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), que preferia a indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga no STF.
Alcolumbre defendia Pacheco, mas Lula tem outros planos para o senador mineiro: quer lançá-lo como candidato ao governo de Minas Gerais nas eleições de 2026. Isso contribuiu para o mal-estar com a escolha de Messias.
Ciente das dificuldades, Jorge Messias pretende se apresentar aos senadores como alguém com perfil distinto de Flávio Dino. Em suas conversas, ele também pretende enfatizar sua disposição em defender as prerrogativas do Congresso Nacional.

