Uma menina de 5 anos morreu apenas quatro dias depois de passar por uma cirurgia de retirada das amígdalas, deixando seus pais devastados. Amber Milnes sofria de síndrome de vômitos cíclicos, e por isso seus pais acreditavam que ela permaneceria internada após o procedimento. A condição rara impedia que a criança ingerisse analgésicos orais e medicamentos contra náuseas, já que ela vomitava com frequência.
Amber foi internada no dia 6 de abril para realizar a cirurgia. No entanto, sofreu uma hemorragia fatal, provavelmente provocada por uma infecção na região da garganta onde as amígdalas foram removidas. De acordo com o inquérito, o rompimento de um vaso sanguíneo — causado por infecção posterior — provocou sua morte.
Os pais da menina, Lewis e Sereta Milnes, prestaram uma homenagem emocionada à filha, descrevendo-a como “a garotinha mais feliz”, sempre radiante mesmo em meio aos tratamentos médicos. “Amber foi e sempre será nossa pequena princesa mágica. Ela iluminava nossa casa com seu canto, sua dança, seu riso e seu coração de ouro”, disseram. A menina, apelidada de “Bam”, adorava brincar com princesas, bebês, cantar e dançar pela casa. “Quando estávamos no carro, a música nunca parava”, lembraram.
Eles também relataram que Amber era extremamente carinhosa, sempre oferecendo apoio quando alguém da família não se sentia bem. Mesmo quando começou a apresentar problemas de saúde aos dois anos, a pequena encarava tudo “com naturalidade e força”. Segundo os pais, ela mesma aceitava ir ao hospital “sem reclamações”, sabendo que os médicos estavam ali para ajudá-la.
O inquérito revelou que Amber havia sido encaminhada para retirar amígdalas e adenóides devido à apneia do sono. Sua mãe alertou várias vezes que a menina precisaria ficar internada após o procedimento por causa da síndrome de vômitos cíclicos, que a fazia vomitar violentamente a cada dez minutos por horas seguidas.
O patologista pediátrico Dr. Andrew Bamber concluiu que a causa da morte foi uma hemorragia maciça com aspiração de sangue, infecção do local cirúrgico e amígdalas aumentadas. Ele ressaltou que o dano ao vaso sanguíneo provavelmente ocorreu devido a uma infecção posterior, não durante a cirurgia.
O cirurgião responsável, Kel Anyanwu, afirmou que trabalha há 25 anos no hospital e nunca havia presenciado uma morte decorrente de tonsilectomia. Ele confirmou que o documento de consentimento assinado pelos pais não mencionava risco de morte e classificou o caso como “único”. O procedimento, que durou 38 minutos, foi descrito como tranquilo, sem sinais de infecção aparente.
A decisão de dar alta à menina, segundo o cirurgião, foi baseada na observação de que ela parecia estar bem horas após o procedimento. “A suposição era de que, se estivesse bem, ela provavelmente seguiria estável”, disse.
O inquérito segue em andamento para esclarecer todos os detalhes do caso.

