A recente repercussão de vídeos da visita de Luciano Huck e Anitta ao Parque Indígena do Xingu, realizada em agosto, reacendeu debates nas redes sociais. Um dos registros mostra Huck pedindo a uma liderança indígena que evitasse o uso de celulares durante as gravações, alegando que isso poderia prejudicar a representação da cultura tradicional.
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Na gravação, Huck argumenta que a presença de celulares nas imagens comprometeria a autenticidade cultural dos povos indígenas. A fala foi interpretada por muitos internautas como uma tentativa de controlar a estética do momento, o que gerou acusações de manipulação da imagem dos indígenas para atender a uma narrativa visual mais “pura”.
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Usuários das redes lembraram de outros episódios semelhantes, em que figuras públicas orientaram representações visuais de comunidades marginalizadas. Um dos comentários mais compartilhados afirmou que Huck, ao tentar preservar uma suposta “pureza cultural”, acabou expondo sua própria visão estereotipada sobre os povos indígenas.
Outros internautas ironizaram a atitude do apresentador, dizendo que ele, sim, era o elemento mais estranho à cultura local. Críticas também foram direcionadas ao papel da mídia tradicional em reforçar estigmas e explorar a imagem de comunidades indígenas para fins midiáticos.
Apesar da reação negativa, Huck se pronunciou sobre o assunto e negou que sua intenção fosse impor qualquer tipo de restrição cultural. Segundo ele, o pedido foi apenas uma sugestão para valorizar visualmente as tradições durante as filmagens, sem qualquer imposição ou julgamento.
As imagens da visita, inicialmente divulgadas com tom de celebração e agradecimento aos povos Kuikuro e Kayapó, acabaram ganhando nova leitura após o vazamento do vídeo. A presença de Anitta também foi destacada positivamente por Huck, mas ficou em segundo plano diante da polêmica.
A discussão levantou questões importantes sobre representatividade, respeito à autonomia dos povos originários e a responsabilidade de figuras públicas ao interagir com culturas tradicionais em contextos midiáticos.

