Nos Estados Unidos, o caso de uma adolescente de Illinois chocou o mundo quando ela passou a viver um drama digno de filme: após receber um chute na cabeça durante um evento escolar, a vida de Riley Horner mudou para sempre — ela acorda a cada duas horas acreditando que é o dia do acidente.
O acidente ocorreu em 11 de junho de 2019, durante um baile em que um estudante “crowd-surfing” caiu sobre a cabeça de Riley. Desde então, sua memória “reseta” a cada poucas horas. Não importa se ela estudou, trabalhou ou conversou — tudo some. Ao acordar, ela acredita que o tempo travou naquele dia fatídico.
Apesar da gravidade do sintoma, exames de imagem — tomografias, ressonâncias — não indicaram danos estruturais evidentes: nada que explique uma amnésia tão profunda. Os médicos afirmaram que “não há nada visível”. A mãe, desesperada, revelou: “Eles disseram que talvez ela fique desse jeito para sempre.”
Para lidar com a perda contínua de memória, Riley criou um sistema de sobrevivência: carrega cadernos, anota tudo, tira fotos e ajusta um alarme de duas-horas para relembrar o dia — suas aulas, compromissos e até mesmo quem são seus amigos. Ainda assim, momentos importantes escapam para sempre: “Se meu irmão morre agora, ela nem saberá”, diz a mãe.
O caso entrou para os registros médicos como um dos mais misteriosos de amnésia pós-trauma. Médicos de diversos estados e até de fora do país ofereceram ajuda, e Riley começou a buscar tratamentos especializados. Alguns especialistas em trauma craniano acreditam tratar-se de uma amnésia pós-traumática grave — possivelmente envolvendo disfunções nas redes de comunicação cerebral, que não aparecem em exames estáticos.
Embora sua rotina hoje seja um ciclo constante de recomeços, a luta de Riley também acendeu debates sobre os limites da medicina, a fragilidade da mente humana e o poder — ou a falha — da memória. A cada nova tentativa de tratamento, cresce a esperança de que ela possa um dia recuperar mais do que lembranças — sua própria vida.

