O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) manifestou forte oposição à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A medida foi anunciada nesta segunda-feira (4/8) e gerou reações entre aliados do ex-mandatário.
Nikolas classificou a decisão como absurda e ironizou os motivos alegados. Segundo ele, a prisão não se deu por corrupção, desvio de verbas ou outros crimes comuns, mas sim porque os filhos de Bolsonaro publicaram vídeos do pai em redes sociais, o que teria violado as medidas cautelares impostas anteriormente pelo STF.
Os vídeos em questão mostravam Bolsonaro participando, por videochamada, de manifestações promovidas por seus apoiadores, o que contraria as restrições estabelecidas por Moraes. Entre essas medidas estavam o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de sair de casa após as 19h durante a semana e a permanência domiciliar integral nos fins de semana.
A decisão do STF ocorre em meio às investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022. Moraes argumentou que o ex-presidente desrespeitou as medidas cautelares e que suas ações recentes indicam risco de reincidência, justificando, assim, a imposição de medidas mais severas.
Além disso, o contexto político internacional também pesa sobre o caso. Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, mudou-se para os Estados Unidos e teria articulado ações contra ministros do STF naquele país. Tais ações são apontadas como uma das razões para o aumento de tarifas comerciais (o chamado “tarifaço”) impostas pelos EUA ao Brasil.
A prisão domiciliar de Bolsonaro reacende o debate sobre os limites da atuação do Judiciário e a polarização política no país. Enquanto opositores do ex-presidente veem a medida como necessária à manutenção da ordem legal, aliados como Nikolas Ferreira denunciam perseguição política e autoritarismo judicial.