Às vésperas dos 60 anos, Rosângela Maria da Silva, de 58, e Alexander Von Buldring, de 60, moradores de Avanhandava, no interior de São Paulo, viram a rotina mudar de forma repentina com a chegada de Elza Mary, adotada com apenas dois dias de vida. O casal aguardava há 11 anos na fila de adoção quando recebeu o convite inesperado.
Rosângela e Alex se conheceram em Vitória (ES), mas se mudaram para o interior paulista, onde trabalham em uma propriedade rural especializada na produção de leite. A ideia de ter filhos surgiu cerca de quatro anos depois, mas a idade se tornou um obstáculo. “Eu não tinha nenhum problema de saúde, mas, infelizmente, não deu certo. É muito difícil, mexe com o emocional. A gente usa muitos hormônios e, quando nada dá certo, a frustração é enorme”, contou Rosângela ao g1.
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Após tentativas frustradas de tratamento, Alex sugeriu que desistissem dos procedimentos e buscassem a adoção. Em 2012, Rosângela procurou o fórum para dar início ao processo e, após entrevistas com juízes e psicólogos, o casal entrou oficialmente na fila. O perfil desejado era de crianças de até 5 anos, de qualquer sexo e região. “Nos primeiros cinco anos em que ficamos na fila, eu cheguei a ir algumas vezes ao fórum para saber como estava o processo, conversava com a psicóloga. Mas, depois de seis anos, já não pensávamos mais nisso, nem lembrávamos direito. Achávamos que não teríamos filhos”, disse Rosângela.
Em agosto de 2023, o contato tão aguardado finalmente aconteceu. O fórum convocou o casal para uma reunião remota, informando que havia um bebê disponível para adoção e que eles eram os próximos na fila. A criança havia nascido em Penápolis (SP), a apenas 15 km de onde moram. “Quando disseram que era aqui do lado e que era um bebê, nós ficamos em choque. Achei que estávamos sonhando, pensei que era mentira”, relatou Rosângela.
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Alex admitiu que a idade foi um fator que gerou preocupação: “Eu sou muito racional, virginiano, e fiquei pensando: ‘Quando ela tiver 25 anos, eu terei quase 95’. Eu não queria que ela ficasse dependente de mim ou que eu causasse problemas para ela”. Mesmo assim, o casal aceitou a adoção, tomando a decisão em poucas horas.
Eles conheceram Elza Mary na Santa Casa, mas não puderam levá-la para casa no mesmo dia. “Eu fiquei com a sensação de que a havia abandonado, de que a deixei para trás. Não consegui dormir direito. Foi algo que eu nunca tinha vivido. Quando finalmente a peguei no colo pela primeira vez, nem sequer pensei que ela não tinha saído de mim, foi impressionante”, lembrou Rosângela.
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