O deputado Alfredo Gaspar (União-AL), relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), afirmou que não concorda com a narrativa de que os crimes começaram durante o governo de Jair Bolsonaro. Segundo ele, os indícios de irregularidades remontam à década de 1990, mas a investigação terá como marco inicial o ano de 2015, período correspondente ao governo de Dilma Rousseff.
Gaspar argumenta que os acordos de cooperação técnica firmados a partir de 1994, sem mecanismos de integridade adequados, foram o ponto de partida para os desvios nos descontos previdenciários. No entanto, ele considera inviável retroceder tanto no tempo devido à prescrição dos crimes e à complexidade do volume de dados a ser analisado. Por isso, definiu no plano de trabalho da comissão que a apuração começará em 2015.
O relator destacou que investigar crimes prescritos seria um desperdício de tempo e recursos públicos, uma vez que não resultariam em punições. A decisão de estabelecer um limite temporal visa tornar a investigação mais eficiente e focada em casos com possibilidade de responsabilização.
A CPMI do INSS foi criada com o objetivo de apurar fraudes em aposentadorias e pensões, e Gaspar promete seguir o “caminho do dinheiro” para identificar os responsáveis. A fala do deputado ocorre em meio a debates políticos sobre a origem das irregularidades, com setores tentando atribuir a responsabilidade exclusivamente ao governo anterior de Jair Bolsonaro.