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Estudante de medicina trabalha como coletor de lixo para custear estudos: “Acredito no propósito”

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Em Presidente Prudente (SP), Guilherme da Silva Mazini, 24 anos, divide a rotina entre os livros e as ruas. Durante o dia, cumpre a carga horária integral da faculdade de medicina; à noite, veste o uniforme de coletor de lixo para ajudar a sustentar o sonho de se tornar médico.

As aulas vão das 7h30 às 17h10. Logo depois, ele inicia a jornada no serviço de limpeza urbana, que segue até a meia-noite. “O curso de medicina é integral. Após o curso, imediatamente tenho que voar para o trabalho. Tenho um pouco de dificuldade pra levar por conta de horário, já que acabo por volta de 0h”, relatou ao g1.

A oportunidade surgiu há três anos, quando ainda cursava enfermagem com bolsa integral do ProUni. Foi aprovado em concurso público e passou a trabalhar na coleta. “Realizei o concurso para coletor de lixo e fiquei em 2º lugar. No começo foi bastante desafiador. Dores no joelho, no ombro, nas mãos. Meu tio me deu a ideia sobre a oportunidade”, lembrou.

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Guilherme explica que optou por manter o trabalho mesmo após se formar em enfermagem, já que o horário permitia conciliar com os estudos. “A rotina é puxada, a ansiedade devido à pressão pelo resultado, seja no trabalho, seja nas provas. O dia a dia é pesado, o que me motiva é o sonho e a vontade das coisas melhorarem”, afirmou.

No segundo semestre da graduação em medicina, ele já definiu a especialidade que pretende seguir. “Acredito no propósito de levantar as pessoas, recuperá-las, para haver um futuro melhor”, disse ao explicar a escolha pela psiquiatria, área que considera essencial diante da relação entre saúde mental e outras doenças.

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O estudante conseguiu a vaga no início de 2025 por meio da nota do Enem de 2019 e conta que enfrenta dificuldades acadêmicas, emocionais e sociais. Além da rotina intensa, precisou lidar com preconceito. “O preconceito existe na sociedade já tem um tempão, com certeza tem. As pessoas se assustam quando eu conto, por conta do pré-conceito que acontece sobre esse tipo de profissional, em que a maioria busca uma segunda renda, realiza outras atividades. Eu acompanho essa parte na contramão por meio do estudo”, afirmou.

Criado em Ceilândia, Distrito Federal, Guilherme já trabalhou em mercado antes de ser coletor. Hoje, encontra inspiração na mãe, que também construiu trajetória na área da saúde. “Minha mãe, batalhadora e guerreira, criou dois filhos, os dois atualmente fazendo medicina e a enchendo de orgulho. Uma pessoa que veio do sítio, trabalhava como empregada doméstica e atualmente está na enfermagem”, disse.

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