A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) investiga a execução do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, morto a tiros na noite de segunda-feira (15/9), em Praia Grande, litoral paulista. Fontes era secretário de Administração do município e conhecido por seu histórico de enfrentamento ao Primeiro Comando da Capital (PCC), sendo o primeiro delegado a investigar a facção no início dos anos 2000.
As autoridades não descartam nenhuma hipótese, incluindo a participação de agentes públicos no crime. Imagens de câmeras de segurança mostram uma ação coordenada de quatro criminosos fortemente armados, que perseguiram o carro de Ruy até ele colidir com um ônibus e capotar. Três homens encapuzados desceram do veículo e dispararam mais de 20 tiros de fuzil. Outras duas pessoas foram feridas na perna, mas estão fora de perigo.
A gravação sugere conhecimento tático por parte dos executores, o que levanta suspeitas sobre o envolvimento de profissionais com treinamento policial. A ação tem sido comparada à morte de Vinícius Gritzbach, corretor de imóveis executado em Guarulhos por supostos policiais militares a mando do PCC.
Entre as linhas de investigação, a força-tarefa considera uma possível vingança da facção criminosa, já que Ruy Ferraz foi responsável por operações que resultaram na transferência de líderes do PCC, como Marcola, para presídios federais. Também se apura se o crime está ligado a disputas políticas locais, uma vez que o ex-delegado ocupava um cargo estratégico na administração municipal.
Um dos carros usados no crime, um Jeep Renegade roubado na capital, foi encontrado abandonado nas proximidades, e pode fornecer pistas sobre os autores. A Polícia Federal ofereceu apoio às investigações.
As autoridades reforçam que ainda é cedo para conclusões definitivas e que todas as hipóteses seguem sendo analisadas.
