A trajetória da estilista americana Sigrid Olsen, de 72 anos, é marcada por sucesso, perdas e reinvenção. Após construir uma carreira sólida na moda com sua marca homônima, ela perdeu o direito de usar o próprio nome em função de uma aquisição corporativa e, pouco depois, enfrentou a morte do marido. O choque desses acontecimentos a levou a transformar completamente sua vida. Hoje, vive em um barco, ao lado do atual companheiro, e reencontrou sua paixão pela criação.
Nos anos 1980, a estilista começou produzindo estampas artesanais em tecidos até lançar a marca “Sigrid Olsen” em 1985. O negócio cresceu rapidamente e foi adquirido pelo conglomerado Liz Claiborne em 1999. “Conforme a empresa cresceu, adicionamos suéteres, jeans, roupas para mãe da noiva… era uma linha completa”, relembrou.
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Mas em 2008, com a crise econômica, a companhia reduziu o número de marcas e encerrou a produção da grife. Além disso, como parte do contrato, os direitos sobre o nome ficaram com a empresa. “Eles compraram a marca registrada, então eram donos de tudo, do meu nome, de todas as marcas”, contou.
Sem rumo, Sigrid buscou refúgio em Tulum, no México, onde passou semanas em contato com a natureza e a espiritualidade. Após a morte do marido, iniciou uma longa batalha legal para recuperar o direito ao próprio nomem, que só foi concluída depois de nove meses de negociações. “Muitas pessoas já passaram por isso. Marca registrada é marca registrada”, disse.
Durante esse período, ela seguiu desenhando, pintando e criando. Formou uma nova empresa, com produção reduzida e mais artesanal, e reencontrou na arte o combustível para seguir em frente. “Eu poderia estar aposentada agora, mas não é quem eu sou. Sou viciada em criar”, afirmou.
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Em 2022, Sigrid e o atual marido, Mark, venderam a casa na Flórida e passaram a viver em um barco movido a energia solar. Ali, dividem tarefas do dia a dia e mantêm uma rotina simples, cercada pela natureza. “Percebi que está tudo bem ter 72 anos e viver em um barco, içando a âncora, desenhando e pintando. É só eu e meu marido aqui, juntos”, contou.
Questionada sobre como enfrentar perdas, a estilista resume em um conselho: “Se for apenas criar, apenas faça. Comece de algum lugar. Esqueça o plano de cinco anos. Dê o primeiro passo e veja como funciona”.
Para ela, a reinvenção é feita em pequenas ações. “Defina uma intenção, faça o trabalho e tenha fé”, concluiu.
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