As empresárias Yara Laís Teixeira, de 24 anos, e Laís Tomio, de 29, decidiram construir uma família de um jeito pouco comum para a idade que têm. O casal, que mora em Santa Catarina, adotou quatro crianças em um período de três anos entre elas, filhos com autismo e paralisia cerebral e hoje compartilha a rotina nas redes sociais.
“Nunca me arrependi de ser mãe nova. E não vou me arrepender. Estou vivendo exatamente o que queria: ter pique para brincar, jogar as crianças para cima, correr e acordar de madrugada. Essa era exatamente a minha intenção”, afirmou Yara à revista Crescer.
A primeira adoção aconteceu quando Yara tinha 20 anos. Ela conheceu a história de Kalebe, um menino autista de 2 anos que vivia em Manaus (AM) e aguardava uma família no Sistema de Busca Ativa, que divulga casos de crianças com mais dificuldade de adoção. “Estava dentro do nosso perfil, manifestamos interesse e deu tudo certo”, contou. O processo foi concluído em maio de 2023.
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Poucas semanas depois, o casal recebeu uma ligação sobre outro menino, também com suspeita de autismo. Caio, hoje com 2 anos, vivia em Gaspar (SC). “O telefone tocou em uma sexta-feira e, na outra semana, fomos buscá-lo, passamos o dia todo com ele e já o trouxemos para casa”, lembrou Yara. A adoção foi oficializada em abril de 2024.
Em maio do mesmo ano, as duas conheceram Bruno, um bebê de 11 meses diagnosticado com paralisia cerebral, por meio do Cadastro de Busca Ativa. Após inicialmente não serem escolhidas pela instituição de acolhimento, receberam uma nova ligação dias depois. “Não fomos escolhidas. Ficamos bem tristes, obviamente, porque estávamos apaixonadas por ele. Dois dias depois, nos ligaram falando que o primeiro casal havia desistido. E ficamos bem felizes”, disse Yara.
A quarta adoção veio um mês depois, quando conheceram Joana, uma menina autista de 2 anos que vivia em Capinzal (SC). “Nos primeiros dias, não conseguíamos nem trocar a fralda dela, porque ela não deixava. Ela vinha pouco no colo, não falava quase nada. Gritava e chorava muito”, contou Yara.
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A rotina com quatro filhos pequenos é intensa. Duas das crianças estudam pela manhã e as outras duas à tarde, o que ajuda na organização. “Eles dormem cedo, entre 19h30 e 20h. Às vezes acordam de madrugada e, em outros dias milagrosos, nenhum acorda de madrugada”, brincou Yara.
Formada em terapia ocupacional, ela é responsável por coordenar o acompanhamento terapêutico dos filhos, com apoio de fonoaudiólogos e fisioterapeutas. “Temos que entender o que é o trauma e o que é a birra, e de onde vêm certos comportamentos”, explicou.
Além das demandas do dia a dia, o casal ainda enfrenta comentários e preconceitos: “As pessoas gostam muito de palpitar e isso é um pouco chato. Temos esses desafios de lutar contra os preconceitos e direitos dos nossos filhos”.
Sobre o que aprendeu com o processo, ela reforça a importância da informação e do preparo emocional. “Entenda a adoção real. Estudamos muito, lemos livros, vimos filmes e falei com muitas famílias que adotaram. Afinal, é uma responsabilidade, é uma vida que vai estar em nossas mãos”, finalizou.
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