Lavar o arroz antes do preparo é um hábito comum nas cozinhas brasileiras, mas pode não ser tão inofensivo quanto parece. De acordo com a nutricionista Larissa Luna, especialista em nutrição funcional e saúde da mulher, essa prática pode impactar o valor nutricional do alimento, especialmente em versões polidas e enriquecidas do grão.
Estudos recentes apontam que, embora a lavagem ajude a remover sujeiras, ela também pode eliminar nutrientes essenciais como ferro, ácido fólico, tiamina e niacina — todos aplicados na superfície do arroz branco enriquecido. Além disso, minerais como potássio e vitaminas do complexo B, solúveis em água, também são perdidos, principalmente quando a lavagem é intensa ou prolongada.
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A justificativa de que lavar o arroz reduz contaminantes como o arsênio — metal pesado presente em alguns solos — também é questionada. Segundo Larissa, a lavagem simples tem efeito limitado nesse sentido. Métodos como cozinhar com bastante água e descartá-la depois são mais eficazes para esse fim, embora também resultem em perdas nutricionais.
Outro argumento comum é que lavar o arroz ajuda a deixá-lo mais soltinho. No entanto, pesquisas indicam que essa diferença na textura é mínima, especialmente em grãos já processados. A escolha de lavar ou não o arroz deve, portanto, considerar mais do que apenas a aparência final do prato.
Para um preparo mais consciente, a nutricionista recomenda o uso de arroz integral ou menos processado, que retém melhor os nutrientes. Caso opte por lavar, o ideal é um enxágue rápido com água fria. Ela também sugere variar os cereais consumidos e reforçar a dieta com alimentos ricos em vitaminas e minerais.
Por fim, Larissa destaca que não é necessário eliminar o arroz da alimentação. O importante é manter equilíbrio e atenção ao modo de preparo, inserindo o grão dentro de uma dieta diversificada e nutritiva.