Influenciadora relata como é viver com a síndrome de Moebius: “Não consigo sorrir ou demonstrar qualquer emoção”

Paula Paiva, influenciada digital, compartilha sua trajetória de superação ao viver com a síndrome de Moebius, uma condição neurológica congênita que afeta a musculatura do rosto e impede a expressão facial. Desde o nascimento, os médicos perceberam algo incomum: enquanto os bebês costumam chorar ao nascer, já ela veio ao mundo sem esboçar qualquer expressão, o que logo depois, levaria ao diagnóstico da síndrome rara.

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“Fui parar na UTI porque não conseguiu me alimentar com o leite materno. Os médicos não sabiam meu diagnóstico e chegaram a dizer que eu teria uma expectativa de vida de, no máximo, três anos”, lembra Paula, em entrevista à Marie Claire.

Três meses após o nascimento, veio a descoberta de que ela possuia a síndrome de Moebius, caracterizado pela paralisia facial e dificuldade em fechar a boca ou os olhos. “Não consigo sorrir, fechar minha boca, meus olhos ou demonstrar qualquer emoção. Além disso, tenho ansiedade por conta da síndrome”, acrescenta.

Ao longo de sua infância, Paula fez diversas cirurgias oculares e sessões regulares de fisioterapia e fonoaudiologia. “Eu me desenvolvi o máximo que pude, mas só dei meus primeiros passos na festa do meu segundo aniversário”, conta.

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Mesmo com os avanços, a adaptação na escola foi difícil, especialmente por causa do bullying. A influenciadora relembra situações dolorosas que a marcaram, como olhares preconceituosos e piadas maldosas. “Entre os 10 e 12 anos foi o período mais difícil. Recebe muitos comentários cruéis e me isolava para não ouvir essas coisas”, diz. Um dos episódios mais traumáticos aconteceu quando colegas encheram sua carteira de corretivo líquido, o “branquinho”. “Levantei para jogar algo no lixo e todos riram. Quando voltei, a professora me ajudou, mas a mancha nunca saiu do uniforme”, recorda.

Com o sonho de se tornar influenciada, Paula deu os primeiros passos na internet em 2020, quando o TikTok começou a ganhar popularidade. “Eu sempre quis trabalhar como influenciadora e, com o TikTok, comecei a postar vídeos mostrando minha rotina. Muitas pessoas perguntaram sobre o que havia de diferente no meu rosto. Fiz um vídeo explicando e ele viralizou. Ganhei 10 mil seguidores em dois dias”, relembra.

Apesar do crescimento nas redes sociais, onde acumula mais de 1,5 milhão de curtidas, Paula também teve que lidar com o lado negativo da fama. Comentários maldosos sobre sua aparência não são específicos, mas ela prefere focar nos aspectos positivos. “Recebo hate por coisas como meu rosto ou meus olhos, e recentemente por prender o cabelo em um vídeo. Mas estou vivendo o meu sonho de ser influenciado, e isso é um pequeno preço a pagar. Tento ignorar os comentários ruins e seguir em frente”, finaliza.

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