
Governador Tarcísio de Freitas e o secretário licenciado da Segurança Pública, Guilherme Derrite, em evento com forças de segurança do estado de São Paulo. (Foto: Instagram)
Policiais civis, militares e penais do estado de São Paulo estão somando forças em protestos contra o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o secretário licenciado da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP). Após anos de rivalidade entre as corporações, a insatisfação com os baixos salários e a precariedade das condições de trabalho tem aproximado as categorias.
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Na última terça-feira (18/11), representantes das forças de segurança realizaram uma manifestação no Largo São Francisco, centro da capital paulista, criticando promessas não cumpridas pelo governo. Com cartazes que diziam “Prometeu, não cumpriu, mentiu!”, os policiais cobraram ações efetivas da gestão Tarcísio. Para segunda-feira (24/11), está marcada uma reunião entre 23 entidades representativas e o governador, no Palácio dos Bandeirantes.
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Além das questões salariais, a Polícia Civil exige participação na elaboração da nova Lei Orgânica, em discussão há dois anos sem envolvimento direto da corporação. Já os policiais militares consideram o reajuste salarial concedido até agora como insuficiente. A manifestação desta semana foi a primeira desde o início do governo Tarcísio, cuja plataforma tem a segurança pública como um dos pilares.
A escolha de Derrite, um oficial da PM de patente intermediária, para chefiar a SSP foi vista como início de um favorecimento à PM, rompendo a tradição de nomeações do Ministério Público em governos anteriores. Delegados acusam o ex-secretário de excluir a Polícia Civil de operações e acordos com o MP. A tensão aumentou quando o governo propôs que a PM pudesse conduzir investigações de crimes leves, ideia que foi abandonada após críticas.
Outro ponto de atrito foi a exclusão da Polícia Civil do debate sobre sua própria Lei Orgânica. Inicialmente, o chefe de gabinete de Derrite liderava o grupo de discussão, mas após pressão, o governo substituiu o nome por um coronel da reserva. Ao mesmo tempo, oficiais da PM acusavam delegados civis de vazarem informações, dificultando parcerias.
Durante o ato, o delegado André dos Santos Pereira, presidente da Associação dos Delegados de Polícia de São Paulo, destacou a importância da união entre as forças. Já Fábio Jabá, do sindicato dos policiais penais, ressaltou que esta será a primeira vez em três anos que o governador receberá a categoria. Aurélio Gimenes, da Aspraças, criticou promessas vazias de Derrite e afirmou que todos sofrem igualmente com a inflação.

