
Tecnologia e pets: IA promete traduzir as emoções dos animais de estimação. (Foto: Instagram)
Quem convive com cães e gatos sabe o quanto eles podem ser expressivos — às vezes, até parece que estão prestes a falar. Muitos tutores sonham em compreender exatamente o que seus animais querem comunicar. E, embora ainda não exista uma forma de traduzir literalmente o que eles “dizem”, a ciência tem buscado formas de aproximar essa conexão por meio da inteligência artificial.
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A London School of Economics and Political Science (LSE), no Reino Unido, criou o Jeremy Coller Centre for Animal Sentience, primeiro centro dedicado exclusivamente a estudos empíricos sobre a consciência animal. A proposta é ampliar o conhecimento sobre o comportamento de diversas espécies, desde animais domésticos até insetos e crustáceos, considerados mais distantes dos humanos na escala evolutiva.
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O centro iniciou suas atividades em setembro com um investimento inicial de 4 milhões de libras esterlinas (aproximadamente R$ 30 milhões). Com isso, reuniu especialistas de áreas como neurociência, direito, medicina veterinária, filosofia, biologia evolutiva, economia, ciência da computação e inteligência artificial para desenvolver projetos inovadores.
Um dos principais objetivos é criar formas de comunicação entre humanos e seus pets, utilizando IA. A iniciativa também pretende avaliar os riscos éticos e práticos do uso dessas tecnologias, especialmente quando se trata da personalização de respostas que podem não refletir as reais emoções dos animais.
O professor Jonathan Birch, que lidera o centro, alerta que sistemas de IA podem acabar dizendo aos tutores o que eles querem ouvir, em vez de capturar com precisão o estado emocional dos pets. Ele também destaca a falta de regulação no uso da IA em áreas como agricultura e veículos autônomos, e defende a criação de normas éticas claras.
A equipe do centro também vai colaborar com ONGs para desenvolver diretrizes globais sobre o uso da IA no cuidado com os animais. Jeff Sebo, da Universidade de Nova York, reforça a importância de entender melhor o impacto humano sobre outras espécies e combater o especismo.
Para Jeremy Coller, patrocinador do projeto, a chave para transformar a relação entre humanos e animais está na capacidade de entender suas emoções. A inteligência artificial pode ser o elo que faltava para essa revolução na forma como nos relacionamos com nossos companheiros de quatro patas.

