Tarcísio de Freitas ao lado de Jair Bolsonaro em evento público, em momento anterior à prisão do ex-presidente. (Foto: Instagram)
A recente prisão de Jair Bolsonaro (PL) intensificou os apelos para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), abandone a tentativa de reeleição e se lance como candidato à Presidência da República em 2026. Apesar da movimentação crescente, Tarcísio adota uma postura reservada, diante da instabilidade do cenário político.
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Tarcísio é visto por lideranças da centro-direita como a principal aposta para derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no próximo pleito. Ainda assim, a família Bolsonaro resiste a apoiá-lo formalmente, tentando preservar sua influência política futura. O governador já foi alvo de críticas públicas vindas do próprio grupo bolsonarista.
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A prisão de Bolsonaro e os desdobramentos do caso, como a investigação sobre o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) por suposta tentativa de tumultuar a segurança do ex-presidente, fragilizaram o núcleo político da família. A revelação de que Bolsonaro teria danificado sua tornozeleira eletrônica com um ferro de solda também enfraqueceu o discurso de que sua prisão foi arbitrária.
Flávio, que era cogitado como possível candidato presidencial, perdeu força após o episódio. Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também se desgastou por sua atuação considerada desorganizada nos Estados Unidos, abrindo espaço para que Tarcísio ganhe protagonismo entre os nomes da direita.
Lideranças partidárias do centrão e da centro-direita defendem que Tarcísio seria o único capaz de unir o campo conservador e, eventualmente, conceder um indulto a Bolsonaro. Isso, segundo eles, tornaria sua candidatura ainda mais estratégica para o grupo.
Apesar disso, Tarcísio segue dividido entre manter o foco na administração de São Paulo e se projetar nacionalmente. Ele já alternou momentos de maior exposição política com períodos de discrição, sendo inclusive criticado por Eduardo Bolsonaro em algumas ocasiões.
Aliados próximos afirmam que Tarcísio resiste à pressão e tende a buscar a reeleição, considerada praticamente garantida. O receio é que uma candidatura presidencial prematura o transforme em um novo João Doria, que saiu enfraquecido da política após tentar antecipar sua ascensão ao Planalto.
Com apenas 50 anos, Tarcísio ainda tem tempo para amadurecer seu projeto político. Parte de seu grupo defende que ele aguarde até 2030, quando Lula já não estará no poder, para enfrentar um adversário menos consolidado. Para considerar 2026, ele exigiria apoio explícito de Bolsonaro e o fim dos ataques da família.
