Cuba enfrenta apagão de três dias à espera do furacão Oscar

Cuba se prepara para a chegada do furacão Oscar neste domingo (20), enquanto a população enfrenta o terceiro dia de apagão geral. O país, em sua pior crise em 30 anos, teme que a tempestade agrave a escassez de alimentos e medicamentos.

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“Já trabalhamos arduamente para proteger a população e os recursos econômicos, dada a iminência do furacão Oscar”, afirmou o presidente Miguel Díaz-Canel em uma mensagem na rede social X, publicada na noite de sábado.

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Oscar, que se aproxima com ventos de 139 km/h, deve atingir o leste da ilha ao longo do dia, trazendo fortes chuvas, conforme alerta do Centro Nacional Americano de Furacões (NHC). O apagão, que começou na sexta-feira (18) e é resultado de cortes crônicos de energia, torna ainda mais desafiadora a vida dos 10 milhões de habitantes da ilha, que já enfrentam inflação elevada.

A presidência cubana informou progressos na restauração do sistema elétrico: “16% dos consumidores já têm eletricidade e cerca de 500 megawatts estão sendo gerados. O sistema continuará a aumentar sua carga nas próximas horas”. Para efeito de comparação, o consumo do país na quinta-feira havia sido de 3.300 megawatts, antes do colapso da principal central térmica da ilha, localizada em Matanzas.

Com a maior parte de Havana às escuras na noite de sábado, exceto por hotéis e hospitais com geradores de emergência, a população expressa seu descontentamento. “A situação é muito difícil, mas procuro manter a calma, porque já existe muito estresse neste país”, declarou a dançarina Yaima Valladares.

Isabel Rodriguez, de 72 anos, relatou dificuldades para dormir devido ao calor e à falta de ventiladores: a temperatura na noite de sábado chegou a 27°C, com uma sensação térmica de 32°C. “As pessoas estão um pouco irritadas porque há muito tempo que falta energia e só Deus sabe quando será restabelecida”, comentou Rafael Carrillo, mecânico de 41 anos, que caminhou quase cinco quilômetros por causa da falta de transporte.

Cerca de três meses de cortes de energia frequentes resultaram em um déficit energético nacional de 30%, que chegou a 50% na quinta-feira (17). As condições precárias do sistema elétrico cubano, que depende de centrais termelétricas em ruínas e geradores alugados, têm sido um dos principais fatores que levaram às manifestações históricas de julho de 2021.

Em setembro de 2022, um “apagão” generalizado ocorreu após a passagem do furacão Ian, com o restabelecimento total da energia levando dias na capital e semanas em toda a ilha.

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