Advogado libanês e especialistas comentam possível cessar-fogo entre Israel e Hezbollah

Apesar da proximidade de um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, o clima em Beirute continua marcado por ceticismo e medo. Após 64 dias de confrontos que devastaram o Líbano, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, deve votar ainda nesta terça-feira (26) a aprovação de uma trégua com duração de dois meses.

++Avião de carga cai em área residencial na Lituânia e deixa uma vítima

Uma autoridade libanesa informou à CNN que a decisão pode ser anunciada nas próximas 24 horas, com os Estados Unidos liderando um comitê internacional para garantir o cumprimento do acordo.

++Ataques em Gaza após bombardeios israelenses deixam mais de 120 mortos em 48 horas

Richard Moussa, advogado de Mar Roukoz, nos arredores de Beirute, expressou dúvidas sobre a efetividade da trégua. “Uma paz verdadeira exige o desarmamento completo do Hezbollah e um pacto mediado pela ONU. Sem isso, não vejo estabilidade na região”, afirmou.

Já Tatiana Hasrouty, estudante de direito, destacou a vulnerabilidade social do Líbano. “Não temos um governo funcional. Muitas cidades foram destruídas e milhares estão desabrigados. A trégua pode ser apenas uma medida temporária, sem garantias reais para o futuro do nosso povo”, lamentou.

O conflito intensificou-se após os ataques do Hamas contra Israel, em outubro de 2023, quando o Hezbollah lançou foguetes contra o norte de Israel. Desde então, mais de 60 mil israelenses foram evacuados e os bombardeios israelenses causaram grande destruição no Líbano, matando civis e figuras políticas. Especialistas apontam que o cessar-fogo pode ser uma tentativa de Israel de evitar resoluções desfavoráveis no Conselho de Segurança da ONU.

Ceticismo sobre o acordo

Nicholas Blanford, especialista em Hezbollah, relatou que muitos diplomatas e residentes locais não acreditam na iminência de uma trégua duradoura. “A luta continua no sul do Líbano, e há uma desconfiança generalizada sobre as reais intenções das partes envolvidas”, afirmou.

O plano prevê:

Cessar-fogo mútuo por 60 dias;
Retirada das Forças de Defesa de Israel (IDF) após a mobilização do Exército libanês;
Retorno dos moradores do sul do Líbano às suas casas;
Supervisão do governo libanês sobre armamentos no país;
Comitê internacional liderado pelos EUA para monitorar o acordo.
Embora o cessar-fogo ofereça esperança de alívio imediato, o futuro da região dependerá de esforços contínuos para abordar as causas subjacentes do conflito e reconstruir o tecido social e político do Líbano.

Não deixe de curtir nossa página no Facebookno Twitter e também  no Instagram para mais notícias do 111Next.