Na manhã da última terça-feira (14), Richard Scolyer, o patologista australiano que foi diagnosticado com um subtipo extremamente agressivo de glioblastoma, anunciou um avanço no seu caso. Os resultados positivos são frutos de seu tratamento experimental, desenvolvido com base em sua própria pesquisa pioneira sobre melanoma.
“Para ser honesto, eu estava mais nervoso do que em qualquer ressonância anterior”, confessou Scolyer à BBC. “Estou muito emocionado e satisfeito… não poderia estar mais feliz”, completou.
Este avanço é significativo considerando o prognóstico para pacientes com glioblastoma, onde a maioria não sobrevive mais de um ano. O sucesso inicial do tratamento de Scolyer oferece uma esperança para os cerca de 300 mil novos pacientes diagnosticados anualmente com este tipo de câncer em todo o mundo.
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Scolyer, recentemente nomeado Australiano do Ano ao lado da oncologista Georgina Long, é uma figura respeitada na medicina australiana. Juntos, eles codirigem o Melanoma Institute Australia, onde suas pesquisas sobre imunoterapia revolucionaram o tratamento do melanoma avançado. A dupla descobriu que a combinação específica de medicamentos imunoterápicos, administrada antes da cirurgia, aumenta as taxas de cura, transformando vidas de pacientes globalmente.
No caso de Scolyer, a imunoterapia pré-operatória combinada, aliada a uma vacina personalizada desenvolvida especificamente para seu tumor, representa uma abordagem inédita no tratamento de glioblastomas. Apesar dos desafios enfrentados durante o tratamento, incluindo ataques epilépticos, problemas hepáticos e pneumonia, ele relata se sentir mais saudável e voltou a praticar exercícios regularmente.
“Há muito tempo não me sentia tão bem”, afirmou, mencionando seu retorno às corridas diárias de 15 km. “Isso certamente não significa que meu câncer no cérebro esteja curado… mas é bom saber que ele ainda não voltou, então tenho mais tempo para aproveitar minha vida com minha esposa Katie e meus três filhos maravilhosos”, contou.
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Embora ainda esteja em fase de pesquisa, os dados coletados durante o tratamento de Scolyer poderão, em breve, fundamentar ensaios clínicos para outros pacientes com o mesmo quadro. O médico Roger Stupp, que dá nome ao atual protocolo para tratamento de glioblastoma, revelou o desejo de esperar que Richard complete 12 meses, ou até mesmo 18 meses, sem recorrência do câncer, antes de criar qualquer empolgação.
Apesar das incertezas, Scolyer está orgulhoso dos avanços obtidos e grato pelo apoio de sua família e equipe médica. “Estou orgulhoso da equipe com quem trabalho. Me sinto orgulhoso por eles estarem dispostos a correr o risco de seguir esse caminho. [Isso] oferece alguma esperança de que talvez esta seja uma direção que valha a pena investigar mais formalmente”, declarou.
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