Uma simples visita a uma cafeteria em Joinville (SC) acabou se transformando em um escândalo internacional envolvendo o padre Fábio de Melo. Após um desentendimento no local, o ex-gerente Jair José Aguiar da Rosa foi demitido e decidiu processar tanto o religioso quanto a empresa. Mas o caso foi além: o padre agora enfrenta uma denúncia formal enviada por um bispo catarinense ao Vaticano, mais especificamente à Congregação para a Doutrina da Fé — o mesmo órgão que já foi chefiado por Bento XVI e que historicamente lidava com heresias durante a Inquisição.
Segundo o jornalista Ricardo Feltrin, a queixa alega que o comportamento de Fábio de Melo não foi condizente com os valores cristãos. Embora não haja punições severas previstas, o episódio pode “manchar” o registro do padre dentro da Igreja.
Enquanto isso, Jair José afirma estar emocionalmente devastado. Em entrevista ao programa Tá na Hora, do SBT, ele revelou estar com depressão, ter trancado a faculdade a poucos meses da formatura e ter sido diagnosticado com três síndromes relacionadas ao estresse. Segundo ele, as imagens das câmeras de segurança mostram que não houve interação direta com o padre, e que a confusão teria sido iniciada por outra pessoa presente no local.
A ação cível contra o padre já está em andamento, e uma ação trabalhista contra a cafeteria também deve ser movida. O Sindicato dos Trabalhadores do setor de turismo e hospitalidade confirmou o processo.
Em resposta, padre Fábio de Melo divulgou nota afirmando que nunca teve a intenção de prejudicar ninguém. Ele criticou os “julgamentos precipitados” nas redes sociais e reforçou seu compromisso com o diálogo e o perdão, em consonância com os ensinamentos cristãos.
O caso escancarou os perigos da exposição digital e reacendeu o debate sobre responsabilidade de figuras públicas diante de suas ações e palavras — mesmo quando envolvem apenas um doce de leite.
