Em uma entrevista bombástica ao podcast Mano a Mano, comandado pelo rapper Mano Brown, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma declaração que está gerando polêmica: comparou o Brasil após o governo de Jair Bolsonaro ao cenário de destruição da Faixa de Gaza. A conversa foi ao ar nesta quinta-feira (19/6), mas foi gravada no último domingo (15/6).
Lula afirmou que, ao reassumir a presidência em 2023, encontrou o país em um “estado de terra arrasada”, resultado de uma “destruição proposital” promovida por Bolsonaro. Segundo ele, o ex-presidente teria enfraquecido intencionalmente ministérios estratégicos, como os da Cultura e da Educação, para impedir a organização social. “Para que cultura, se cultura politiza a sociedade?”, questionou Lula, ao criticar o desmonte dessas pastas.
O petista também acusou o governo anterior de negar a democracia e destacou que sua missão atual é reconstruir as instituições e políticas públicas que, segundo ele, foram desmanteladas.
A entrevista ainda abordou a postura do presidente em relação à guerra entre Israel e Hamas. Lula tem sido um dos líderes mundiais mais críticos à ofensiva israelense na Faixa de Gaza, classificando-a como genocídio. Ele também defendeu uma reformulação urgente no Conselho de Segurança da ONU, alegando que a estrutura atual é ultrapassada e ineficaz diante das crises contemporâneas.
Durante a cúpula do G7, Lula voltou a condenar os ataques em Gaza, afirmando que “nada justifica a matança indiscriminada de milhares de mulheres e crianças e o uso da fome como arma de guerra”.
A fala de Lula, ao traçar um paralelo entre o Brasil e uma zona de guerra, reacende o embate político com Bolsonaro e promete acirrar ainda mais os ânimos entre os apoiadores dos dois líderes. As declarações também reforçam a estratégia do atual governo de se posicionar como uma força de reconstrução nacional e de defesa dos direitos humanos no cenário internacional.