Em uma escalada dramática das tensões no Oriente Médio, os Estados Unidos bombardearam três instalações nucleares no Irã, segundo anunciou o presidente Donald Trump no sábado (21/6). A ação ocorre em meio a um cenário de crescente hostilidade entre o Irã e Israel, que teve início com um ataque israelense ao centro do programa nuclear iraniano em Teerã no dia 13 de junho.
A representante dos EUA na ONU, embaixadora Dorothy Shea, defendeu o ataque durante reunião do Conselho de Segurança, afirmando que o Irã “esconde seu programa nuclear” e alertou que qualquer ofensiva iraniana será respondida com “ataques devastadores”. Ela reiterou que o regime iraniano não pode obter armas nucleares e acusou o país de evitar negociações diplomáticas recentes.
Entre as instalações atingidas está Fordow, uma estrutura subterrânea com capacidade para operar cerca de 3 mil centrífugas para enriquecimento de urânio, conforme estimativas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A destruição dessas bases marca um ponto crítico no já frágil equilíbrio regional.
A resposta iraniana veio rapidamente. O ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, acusou os EUA de “trair a diplomacia” e prometeu retaliação com base no “legítimo direito à autodefesa”. Ele revelou que o Irã estava em meio a negociações diplomáticas com os Estados Unidos e a Europa quando os ataques ocorreram, e culpou Israel por sabotar os diálogos.
A situação coloca em xeque os esforços internacionais pela paz e reacende o temor de um conflito armado de grandes proporções. A ONU, por sua vez, enfrenta o desafio de mediar uma crise que ameaça desestabilizar ainda mais a região e comprometer a segurança global.