O humorista e influenciador digital Whindersson Nunes causou alvoroço nas redes sociais ao criticar duramente uma reportagem exibida pelo Fantástico sobre a substância conhecida como ice — um derivado da maconha com alto teor de THC. A matéria alertava para os perigos da droga, que tem ganhado popularidade entre jovens de classe média e alta no Brasil, sendo consumida em festas e eventos exclusivos.
No X (antigo Twitter), Whindersson ironizou a abordagem do programa dominical, chamando a reportagem de “rasa” e comparando-a a uma matéria que alertasse sobre os perigos do uísque por ser mais forte que cerveja. “Mds, o Fantástico fez uma matéria sobre ICE sem conversar com UM maconheiro”, disparou o comediante, zombando da falta de profundidade da investigação jornalística.
A substância, apelidada de “maconha de playboy”, é produzida nacionalmente e vendida por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens. Com um custo muito mais alto que a maconha tradicional, o ice pode ser até dez vezes mais viciante, segundo especialistas. Seus efeitos incluem ansiedade, dificuldade de concentração e até episódios graves de psicose.
A reportagem do Fantástico também destacou a Operação On Ice, conduzida pela Polícia Civil de São Paulo, que desmantelou uma quadrilha responsável pela produção e distribuição do entorpecente. Foram apreendidos veículos de luxo, dinheiro e mais de uma tonelada da droga. O caso revelou um novo perfil de traficante: jovens com acesso à elite, operando fora das tradicionais facções criminosas.
Whindersson, com seu tom sarcástico, levantou um debate sobre a responsabilidade da mídia ao abordar temas tão sensíveis e complexos. Sua crítica viralizou e dividiu opiniões: enquanto alguns apoiaram sua franqueza, outros o acusaram de minimizar os riscos da droga.
A polêmica reacende discussões sobre o papel da imprensa na cobertura de temas relacionados às drogas e ao comportamento juvenil, além de expor o abismo entre a realidade retratada nas telas e a vivida nas ruas — ou, neste caso, nos camarotes.