Uma jovem de 21 anos usou as redes sociais para denunciar um caso de racismo que teria sofrido no ambiente de trabalho, em Maceió (AL). Segundo Gabriela Barros, ela foi demitida de uma empresa de consórcios após colocar tranças nagô no cabelo, um penteado tradicionalmente ligado à cultura afro. A jovem afirma que foi repreendida pela ex-chefe, que chegou a dizer: “Se for para vir amanhã para a empresa, nem venha com essa trança. Estou te avisando”.
++ Mecânico brasileiro cria o ‘Nanico P50’, que pode ser o menor carro do mundo
O caso ocorreu após Gabriela aparecer no trabalho com tranças pela segunda vez. Na primeira ocasião, ela cedeu à pressão por medo de perder o emprego. “Eu tirei as tranças porque tinha contas a pagar, precisava me manter na empresa. Mas quando coloquei novamente, decidi que não ia mais abrir mão da minha identidade. Isso vai totalmente contra o que eu acredito, contra as minhas vivências, contra a minha ancestralidade”, relatou.
A jovem gravou conversas com a ex-chefe e divulgou os áudios nas redes sociais. Em um deles, a mulher afirma que o penteado “não é o perfil da empresa” e compara Gabriela a uma funcionária branca que também usava tranças. “Se você se vestisse de forma ‘padrão’, eu até aceitaria sua trança”, disse a gestora.
++ Garotinho de 2 anos se emociona ao ver a mãe na plateia
Mesmo com a demissão já anunciada, Gabriela decidiu cumprir o aviso prévio: “Foi humilhante. Bem desconfortável. Mas segui ali porque precisava, ao mesmo tempo que juntava provas. É importante dar voz para os nossos. O problema nunca foi o meu cabelo, e sim o racismo”.
Gabriela registrou um Boletim de Ocorrência (B.O.) contra a ex-chefe e ingressou com denúncia na Justiça do Trabalho. O advogado Pedro Gomes, que acompanha o caso, informou que ela deve prestar depoimento à Polícia Civil nesta quarta-feira (21).
Nas redes sociais, a jovem tem recebido apoio de internautas, coletivos negros e influenciadores. Ela também publicou fotos de si usando roupas formais no ambiente corporativo, rebatendo qualquer justificativa baseada em “falta de padrão estético” no trabalho. “Meu cabelo não compromete meu atendimento, minha capacidade ou meu profissionalismo. A cobrança era puramente racial”, afirmou.
Não deixe de curtir nossa página no Facebook , no Twitter e também no Instagram para mais notícias do 111Next