Admilson Ferreira dos Santos, padrasto de Lucas da Silva Santos, de 19 anos, confessou à polícia ter envenenado o enteado com bolinhos de mandioca misturados com chumbinho, um tipo de raticida proibido no Brasil. O crime ocorreu em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Segundo o depoimento de Admilson, ele mesmo ingeriu uma pequena porção dos bolinhos com o intuito de cometer suicídio, mas também ofereceu os alimentos envenenados à esposa e aos enteados. Lucas foi a vítima mais afetada e faleceu após o consumo.
Durante o interrogatório, Admilson revelou que pediu à esposa que comprasse o veneno em uma loja da cidade vizinha de Diadema. Ele misturou a substância ao creme de leite que foi usado para umedecer os bolinhos. O homem foi preso no dia 16 de julho e também é acusado de abusos sexuais contra outros dois enteados, quando eles ainda eram crianças, com 4 e 9 anos de idade.
A polícia enquadrou o crime como homicídio com três qualificadoras: motivo torpe (ciúmes e controle emocional), uso de veneno e impossibilidade de defesa da vítima. A delegada responsável, Liliane Doretto, afirmou que o crime foi premeditado, com base em mensagens encontradas no celular do suspeito, que demonstravam sua insatisfação com a intenção de Lucas de sair de casa.
Inicialmente, a tia de Lucas, Cláudia Pereira dos Santos, irmã de Admilson, foi apontada como suspeita, pois foi ela quem enviou os bolinhos à residência. No entanto, ela afirmou que apenas atendeu a um pedido do próprio Admilson e que sua filha de 9 anos fez a entrega dos alimentos. Cláudia negou qualquer envolvimento no envenenamento.
O comerciante que vendeu o chumbinho foi preso, mas liberado após audiência de custódia, mesmo tendo admitido a venda do produto ilegal. O velório de Lucas aconteceu no dia 22 de julho, em São Bernardo do Campo.