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Recifense se torna primeira policial militar trans de Pernambuco: “É um motivo de orgulho”

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Aos 27 anos, Stella Thayná da Silva entrou para a história ao se tornar a primeira policial militar trans de Pernambuco com a identidade de gênero reconhecida pela corporação. Formada no último dia 18 de agosto ao lado de outros 2.999 colegas, ela contou à TV Globo que o apoio da família foi essencial para enfrentar o preconceito e alcançar o sonho de ingressar na carreira militar.

“Já escutei que não era para mim, que não era o meu meio, que não tinha nada a ver comigo, porque é um meio cis, padrão, não é um meio trans, assim se dizia. A todo momento, teve diversas pessoas que tentavam me desestimular, mas, para mim, o que sempre me importou foi a minha base familiar”, afirmou.

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Graduada em cerimônia realizada na Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata, Stella foi designada para o 12º Batalhão, localizado na Várzea, bairro da Zona Oeste do Recife onde cresceu. O desejo de seguir carreira na corporação foi inspirado por dois tios militares. “Como eu tinha o apoio deles, eu deixava sempre isso de lado, porque eu sabia que era uma crítica de quem ia criticar e não ia fazer por mim. Eu tinha que fazer por mim e por quem eu amo”, declarou.

O caminho até a aprovação exigiu disciplina e renúncias. “Abri mão do tempo com a família, abri mão do tempo com os meus amigos, com as pessoas que eu amo, para poder estudar de domingo a domingo. […] Depois, vem a recompensa. Passei aqui na PMPE, passei na PM da Paraíba, passei nos Bombeiros daqui. Mas é algo que é realmente uma superação e uma disciplina que você tem que ter de estar se estimulando”, contou.

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Durante a formatura, Stella esteve acompanhada da mãe, Iêda, sua principal incentivadora. O pai, Gabriel, faleceu no fim de 2023 em decorrência das sequelas de um tiro sofrido em 2017. “Meu pai era vigilante da Ceasa e, num assalto, ele levou um tiro na cabeça. Perdeu bastante massa encefálica, mas, por um milagre de Deus, ele sobreviveu. Ficou com sequela física, metade do corpo ele mexia, ele era consciente, era lúcido. Ele lembrava de tudo. Era, realmente, milagre, não se explica. Viveu com a gente mais seis anos, acamado”, disse a policial.

Segundo Stella, a trajetória do pai foi exemplo de superação. “Muitas vezes, eu lembrava da força dele, da superação e da resiliência. Se ele conseguiu, estava naquela situação e viveu bem e feliz, por que eu ia me abater ou me amedrontar? Sempre busquei nessa força familiar, nessa inspiração, tanto da parte quanto da minha mãe”, declarou.

A mãe, emocionada, destacou o orgulho pela conquista da filha. “O sonho dela é o meu sonho. Estou muito feliz com esse momento dela. Era algo que ela almejava, ela estudou. Ela sempre teve o incentivo dos meus irmãos, tenho dois irmãos policiais. Meus irmãos sempre estimularam ela a estudar. E, graças a Deus, ela está aí”, afirmou Iêda Carla de Moura.

Agora, a nova policial militar vê a conquista como inspiração para outras pessoas. “É um motivo de orgulho não só para mim, mas para a minha família e, para minha surpresa, até para quem não me conhece. Estou recebendo muitas mensagens positivas de pessoas que dizem que estão se inspirando em mim, que sentem orgulho e que se sentem mais fortes para seguir seu sonho e seguir na sua trajetória”, completou.

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